sexta-feira, 10 de setembro de 2010

TERMINAÇÕES NERVOSAS

As fibras nervosas sofrem modificações ns suas extremidades periféricas dando origem às suas terminações nervosas, estas, por sua vez, podem ser: sensitivas ou motoras.
Terminações nervosas sensitivas (receptores)
 Os receptores podem ser classificados segundo a sua morfologia, fisiologia e localização.
Classificação morfológica
 Os receptores podem ser: especiais (mais complexos; relacionados com o neuroepitélio fazendo parte dos órgãos especiais dos sentidos) e receptores gerais (distribuído por todo o corpo; mais concentrado na pele. Apresentam estruturas simples e podem ser classificados em livres ou encapsulados).
 
 Livres: são os mais freqüentes; não possuem cápsula. Exemplos: discos de Merkel (terminam em contato com as células epiteliais. São de adaptação lenta. Junto com os corpúsculos de Meissner atuam na localização específica de onde o estímulo está ocorrendo e diferencia textura dos objetos). As terminações nervosas livres são responsáveis pela sensibilidade térmica, dolorosa (terminações livres adaptadas para calor e frio, ativadas por alterações químicas provocadas por calor e frio, respectivamente) e tato; 
 Encapsuladas: são mais complexas que as livres. Apresentam cápsula conjuntiva. São compreendidos os corpúsculos sensitivos da pele, fusos neuromusculares e neurotendíneo. Exemplos: corpúsculos de Meissner (presentes em regiões não pilosas; adaptam-se rápido, detectam tato, pressão e vibração em baixa freqüência; são abundantes nas pontas dos dedos, lábios e outras áreas onde sensação de tato é bem desenvolvida); corpúsculos de Ruffini (detectam toques pesados – tato e pressão; se adaptam pouco e localizam-se profundamente); corpúsculo de Pacini (tem ampla distribuição; adapta-se rapidamente; ocorre em territórios mais profundos. Estão associados com a sensibilidade vibratória, pressão e tato); fusos neuromusculares (estruturas em forma de fuso. Localizados nos músculos estriados esqueléticos. Sensibilizado pela alteração do comprimento das fibras, informando também a velocidade dos movimentos); e órgão tendinoso de Golgi (encontrados na junção dos músculos estriados com o seu tendão. Sensibilizado com a compressão).
Classificação fisiológica
 Cada receptor tem especificidade ao estímulo, e podem ser divididos fisiologicamente em: quimiorreceptores (sensíveis a estímulos químicos), osmorreceptores (detecta variação de pressão osmótica), fotorreceptores (sensíveis à luz), termorreceptores (detectam frio e calor), nociceptores (ativados por lesões de tecido) e mecanorreceptores (sensíveis a deformação mecânica de estiramento e compressão de sua estrutura e de tecidos adjacentes).
Localização
 Os receptores podem ser: exteroceptores, proprioceptores e interoceptores. Os exteroceptores estão distribuídos na superfície externa do corpo e são ativados por: calor, frio, tato, pressão, luz e som. Os proprioceptores estão mais profundamente nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. Os interoceptores ou visceroceptores localizam-se nas vísceras e vasos; são pouco localizados. Os exteroceptores e proprioceptores são receptores somáticos e os interoceptores são viscerais. A sensibilidade pode ser superficial (através dos exteroceptores) ou profunda (através de proprioceptores e interoceptores).
Terminações nervosas motoras
 Funcionalmente, assemelham-se às sinapses. Podem ser divididas em somáticas e viscerais:
  Somáticas: terminam nos músculos estriados esqueléticos em estruturas especializadas chamadas placas motoras. São colinérgicas;
 Viscerais: terminam nas glândulas, músculo liso ou cardíaco. Pertencem ao SNA. Podem ser divididas em colinérgicas e adrenérgicas. Diferentemente da anterior, os neurotransmissores são liberados em um trecho bastante longo e não apenas na sua extremidade. A fibra estabelece contato com um grande número de fibras musculares ou células glandulares, e terminam em varicosidades contendo vesículas sinápticas granulares (colinérgicas ou adrenérgicas) e agranulares (colinérgicas).

Medidas de prevenção

Como medidas para proteger a pele e preservar o sentido do tato, usar sabonetes neutros, evitar banhos demorados (que acabam alterando as defesas do corpo) e roupas muito justas e quentes, enxugar bem após o banho (principalmente as dobras), não compartilhar objeto de uso pessoal, evitar usar sapato fechado por muito tempo (o calor e a umidade são propícios aos fungos) e para quem tem animal de estimação levá-lo com frequência ao veterinário.

A SENSIBILIDADE CUTÂNEA É A MESMA EM TODO O CORPO?

Cada receptor sensorial possui um campo de recepção do estímulo que corresponde a sua área de inervação (elipse azul para cada neurônio). O tamanho do campo de recepção varia conforme a região do nosso corpo: nas mãos e na face, são pequenos e numerosos em relação a outras partes do corpo que são grandes.
Na área somatossensorial do cérebro, a superfície cutânea do corpo é representada de forma distorcida, como mostra a figura desse homenzinho engraçado. É chamado de homúnculo sensorial (figura à esquerda) e representa as regiões com maior densidade de receptores e de maior capacidade discriminativa. Assim, as mãos, a face, os lábios e a língua são muito mais sensíveis do que o tronco, nádegas, genitais, braços, pernas e pés.
Verifique você mesmo, se a teoria sobre o homúnculo sensorial é correta, através de uma simples experiência!
Material necessário:
  • Um compasso
  • Uma régua
  • Um voluntário de olhos vendados
Peça ao voluntário que fique sentado enquanto você fará as estimulações na superfície do corpo. Para começar, garanta que a ponta de fixação do compasso e o grafite estejam bem alinhados. Em seguida, meça 3mm sobre a régua. Encoste simultaneamente as duas pontas do compasso num único movimento sobre a ponta do dedos médio. Pergunte-lhe se sentiu um ou dois pontos e anote a resposta na tabela, 1 ou 2, conforme o caso. Faça o mesmo no dedo indicador, polegar, palma da mão, braço, antebraço e costas. Aumente a abertura do compasso para 5, 10 e 50 mm e repita a operação.

RECEPTORES MECÂNICOS DA PELE

Embora consigamos discriminar tato, pressão e vibração como sensações distintas, essas são causadas pela estimulação mecânica de um mesmo grupo de receptores. Isso acontece por causa da distribuição geográfica e da densidade de receptores na pele, assim como, devido às particularidades de como os mecanoceptores respondem aos estímulos. O tato é provocado por receptores cutâneos mais superficiais; a pressão, pela estimulação de receptores mais profundos e, a vibração, por receptores sensíveis a estímulos repetitivos e rápidos. Há pele com e sem pelos (como os lábios, as palmas das mãos e planta dos pés) como mostra a figura de cima e a tabela abaixo, a relação dos receptores sensoriais, a natureza do estímulo e a sensação que causa.

Veja os tipos de receptores da pele, os estímulos e as sensações percebidas :

Nome do receptorEstimulo
Sensação
Corpúsculo de MeissnerVibração (20-40 Hz)Toque rápido
Terminações do Folículo pilosoDeslocamento do pelo
movimento, direção
Terminações
de Ruffini
Desconhecida
Desconhecida
Corpúsculo
de Krause
Pressão
Pressão
Corpúsculo de
Pacini
Vibração (150-300 Hz)Vibração
Terminações
livres
Estímulos mecânicos, térmicos e
químicos intensos
Dor
Corpúsculo de MerkelEndentação estávelToque, Pressão
Há receptores (Pacini e de Meissner) que respondem apenas a estímulos passageiros, ou seja, só quando o estimulo está sendo aplicado ou removido ou variando constantemente. Esses são conhecidos como receptores de adaptação rápida pois se o estimulo perdurar, teremos a sensação de que o estimulo está ausente. Fique de olhos fechados e concentre-se sobre uma região do seu corpo com e sem roupa. Sem passar a mão sobre essas regiões e valendo-se apenas o sentido cutâneo, você pode identificar as diferenças claramente? Não? De fato, o contato constante da roupa sobre a pele provoca a adaptação dos receptores e, se estivermos de olhos fechados, teremos a impressão de que ela nem está sobre o nosso corpo. Outros receptores (Merkel e de Ruffini) respondem continuamente à presença de estímulos, por isso, são chamados de receptores de adaptação lenta.
Cada receptor envia a informação para o cérebro, separadamente, por meio de uma via rotulada de neurônios (figura abaixo, à esquerda). A figura à direita ilustra como as sensações somáticas da cabeça e do resto do corpo chegam ao sistema nervoso central até as áreas cerebrais do córtex (córtex somatossensorial). Nas áreas associativas do córtex, é que realmente, ficamos sabendo sobre as características dos objetos que examinamos com as mãos ou que interage com a superfície da pele.



TATO

SENSIBILIDADE CUTÂNEA: 
A pele protege o nosso corpo do ambiente externo funcionando como se fosse uma capa à prova de água, resistente, flexível, ainda por cima, lavável! Além disso, é o maior órgão sensorial do nosso corpo: através dela detectamos o mais leve toque das patas de um inseto ao caloroso aperto de mão. Sabemos se o ambiente está quente ou frio e se um determinado estímulo físico ou químico, está para causar uma lesão. Combinando todas essas sensações podemos examinar as características de um objeto: sem vê-lo, podemos enfiar a mão dentro do bolso e distinguir uma chave de uma moeda. Os olhos, as orelhas e o nariz detectam estímulos sensoriais à distância mas a pele, enquanto órgão sensorial precisa interagir diretamente com a fonte de estímulo. E de fato, podemos ver e ouvir uma pessoa à distância, cheirar o seu perfume mas o contato direto estabelecido com ela, através do aperto de mão ou de um abraço, parece proporciona-nos uma certeza incontestável da sua presença.


OLFATO

olfato humano é pouco desenvolvido se comparado ao de outros mamíferos.
O epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual com seis pêlos sensoriais (um cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, cada qual com pelo menos 100 pêlos sensoriais). Os receptores olfativos são neurônios genuínos, com receptores próprios que penetram no sistema nervoso central.
A cavidade nasal, que começa a partir das janelas do nariz, está situada em cima da boca e debaixo da caixa craniana. Contém os órgãos do sentido do olfato, e é forrada por um epitélio secretor de muco.
Ao circular pela cavidade nasal, o ar se purifica, umedece e esquenta.
O órgão olfativo é a mucosa que forra a parte superior das fossas nasais - chamada mucosa olfativa ou amarela, para distingui-la da vermelha - que cobre a parte inferior.
A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos, e contém glândulas que secretam muco, que mantém úmida a região. Se os capilares se dilatam e o muco é secretado em excesso, o nariz fica obstruído, sintoma característico do resfriado.
A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. Os dendritos das células olfativas possuem prolongamentos sensíveis (pêlos olfativos), que ficam mergulhados na camada de muco que recobre as cavidades nasais.
Os produtos voláteis ou de gases perfumados ou ainda de substâncias lipossolúveis que se desprendem das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas fossas nasais e se dissolvem no muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os prolongamentos sensoriais.
Dessa forma, geram impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo celular das células olfativas, de onde atingem os axônios, que se comunicam com o bulbo olfativo.
Os axônios se agrupam de 10-100 e penetram no osso etmóide para chegar ao bulbo olfatório, onde convergem para formar estruturas sinápticas chamadas glomérulos.
Estas se conectam em grupos que convergem para as células mitrais. Fisiologicamente essa convergência aumenta a sensibilidade olfatória que é enviada ao Sistema Nervoso Central (SNC), onde o processo de sinalização é interpretado e decodificado.

Aceita-se a hipótese de que existem alguns tipos básicos de células do olfato, cada uma com receptores para um tipo de odor.
Os milhares de tipos diferentes de cheiros que uma pessoa consegue distinguir resultariam da integração de impulsos gerados por uns cinqüenta estímulos básicos, no máximo.
A integração desses estímulos seria feita numa região localizada em áreas laterais do córtex cerebral, que constituem o centro olfativo.

A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para estimula-la, produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais intensa quanto maior for a quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da substância odorífera no ar.
olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto mastigamos, sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro.
Do ponto de vista adaptativo, o olfato tem uma nítida vantagem em relação ao paladar: não necessita do contato direto com o objeto percebido para que haja a excitação, conferindo maior segurança e menor exposição a estímulos lesivos.
O olfato, como a visão, possui uma enorme capacidade adaptativa. No início da exposição a um odor muito forte, a sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas, após um minuto, aproximadamente, o odor será quase imperceptível.
Porém, ao contrário da visão, capaz de perceber um grande número de cores ao mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a sensação de um único odor de cada vez.
Contudo, um odor percebido pode ser a combinação de vários outros diferentes. Se tanto um odor pútrido quanto um aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso, ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre doce e pútrida.





Doenças que podem alterar o paladar

O paladar é percebido pela língua, desde que úmida e lubrificada. Doenças degenerativas em estado avançado, como diabetes (que vai minando o organismo todo, interferindo na sensibilidade), podem alterá-lo, assim como algumas doenças auto-imunes como artrite reumatóide e doença de Sjoeenen, que ataca as glândulas salivares, e a radioterapia em regiões da face. Já a boca seca, que também interfere no paladar, na maioria das vezes é efeito colateral da ingestão de medicamentos. Já na pessoa idosa os órgãos dos sentidos vão sofrendo uma perda gradativa devido ao processo de envelhecimento.

REFLEXOS GUSTATIVOS

Uma das funções do aparelho gustativo é fornecer reflexos às glândulas salivares da boca. Para tanto, estímulos são transmitidos do tracto solitário, no cérebro, aos núcleos vizinhos que controlam a secreção das glândulas salivares. Quando o alimento é ingerido, o tipo de sensação gustativa, atuando através desses reflexos, ajuda a determinar se a secreção salivar deverá ser grande ou pequena.

TRANSMISSÃO DE ESTÍMULOS AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

As vias de transmissão dos estímulos gustativos ao tronco cerebral e daí ao córtex cerebral. Os estímulos passam das papilas gustativas na boca ao tracto solitário, localizado na medula oblonga (bulbo). Em seguida, os estímulos são transmitidos ao tálamo; do tálamo passam ao córtex gustativo primário e, subseqüentemente, às áreas associativas gustativas circundantes e à região integrativa comum que é responsável pela integração de todas as sensações.

IMPORTÂNCIA DO OLFATO NO PALADAR

Muito do que chamamos gosto é, na verdade, olfato, pois os alimentos, ao penetrarem na boca, liberam odores que se espalham pelo nariz. Normalmente, a pessoa que está resfriada afirma não sentir gosto, mas, ao testar suas quatro sensações gustativas primárias, verifica-se que estão normais.
As sensações olfativas funcionam ao lado das sensações gustativas, auxiliando no controle do apetite e da quantidade de alimentos que são ingeridos.

REGULAÇÃO DA DIETA PELAS SENSAÇÕES GUSTATIVAS

As sensações gustativas obviamente auxiliam na regulação da dieta. Por exemplo, o sabor doce é normalmente agradável, o que faz com que um animal procure preferentemente alimentos doces. Por outro lado, o gosto amargo é geralmente desagradável, fazendo com que os alimentos amargos, que geralmente são venenosos, sejam rejeitados. O gosto ácido é muitas vezes desagradável, o mesmo ocorrendo com o sabor salgado. O prazer sentido com os diferentes tipos de gosto é determinado normalmente pelo estado de nutrição momentâneo do organismo. Se uma pessoa está há muito sem ingerir sal, por motivos ainda não conhecidos, a sensação salgada torna-se extremamente agradável. Caso a pessoa tenha ingerido sal em excesso, o sabor salgado ser-lhe-á bastante desagradável. O mesmo acontece com o gosto ácido e, em menor extensão, com o sabor doce. Dessa forma, a qualidade da dieta é automaticamente modificada de acordo com as necessidades do organismo. Isto é, a carência de um determinado tipo de nutriente geralmente intensifica uma ou mais sensações gustativas e faz com que a pessoa procure alimentos que possuam o gosto característico do alimento de que carece.

O sabor diferente das comidas

Cada comida ativa uma diferente combinação de sabores básicos, ajudando a torná-la única. Muitas comidas têm um sabor distinto como resultado da soma de seu gosto e cheiro, percebidos simultaneamente. Além disso, outras modalidades sensoriais também contribuem com a experiência gustativa, como a textura e a temperatura dos alimentos. A sensação de dor também é essencial para sentirmos o sabor picante e estimulante das comidas apimentadas.

As Quatro Sensações Gustativas-Primárias

Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários, aos quais chamamos sensações gustativas primárias: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea.


Até os últimos anos acreditava-se que existiam quatro tipos inteiramente diferentes de papila gustativa, cada qual detectando uma das sensações gustativas primárias particular. Sabe-se agora que todas as papilas gustativas possuem alguns graus de sensibilidade para cada uma das sensações gustativas primárias. Entretanto, cada papila normalmente tem maior grau de sensibilidade para uma ou duas das sensações gustativas. O cérebro detecta o tipo de gosto pela relação (razão) de estimulação entre as diferentes papilas gustativas. Isto é, se uma papila que detecta principalmente salinidade é estimulada com maior intensidade que as papilas que respondem mais a outros gostos, o cérebro interpreta a sensação como de salinidade, embora outras papilas tenham sido estimuladas, em menor extensão, ao mesmo tempo.
1.Papilas circunvaladas
2.Papilas fungiformes
3. Papilas filiformes



A GUSTAÇÃO (PALADAR)

Os sentidos gustativo e olfativo são chamados sentidos químicos, porque seus receptores são excitados por estimulantes químicos. Os receptores gustativos são excitados por substâncias químicas existentes nos alimentos, enquanto que os receptores olfativos são excitados por substâncias químicas do ar. Esses sentidos trabalham conjuntamente na percepção dos sabores. O centro do olfato e do gosto no cérebro combina a informação sensorial da língua e do nariz.
O receptor sensorial do paladar é a papila gustativa. É constituída por células epiteliais localizadas em torno de um poro central na membrana mucosa basal da língua. Na superfície de cada uma das células gustativas observam-se prolongamentos finos como pêlos, projetando-se em direção da cavidade bucal; são chamados microvilosidades. Essas estruturas fornecem a superfície receptora para o paladar.
Observa-se entre as células gustativas de uma papila uma rede com duas ou três fibras nervosas gustativas, as quais são estimuladas pelas próprias células gustativas. Para que se possa sentir o gosto de uma substância, ela deve primeiramente ser dissolvida no líquido bucal e difundida através do poro gustativo em torno das microvilosidades. Portanto substâncias altamente solúveis e difusíveis, como sais ou outros compostos que têm moléculas pequenas, geralmente fornecem graus gustativos mais altos do que substâncias pouco solúveis difusíveis, como proteínas e outras que possuam moléculas maiores.
A gustação é primariamente uma função da língua, embora regiões da faringe, palato e epiglote tenham alguma sensibilidade. Os aromas da comida passam pela faringe, onde podem ser detectados pelos receptores olfativos.





ENERGIA ELÉTRICA – DA ORELHA INTERNA AOS CENTROS AUDITIVOS DO TRONCO ENCEFÁLICO E CÓRTEX CEREBRAL

Após atravessarem o nervo coclear, os estímulos são transmitidos, como já dito anteriormente, aos centros auditivos do tronco encefálico e córtex cerebral, onde são processados.
Os centros auditivos do tronco encefálico relacionam-se com a localização da direção da qual o som emana e com a produção reflexa de movimentos rápidos da cabeça, dos olhos ou mesmo de todo o corpo, em resposta a estímulos auditivos.
O córtex auditivo, localizado na porção média do giro superior do lobo temporal, recebe os estímulos auditivos e interpreta-os como sons diferentes.
Resumindo: na orelha interna, as vibrações mecânicas se transformam em ondas de pressão hidráulica que se propagam pela endolinfa. A vibração da janela oval, provocada pela movimentação da cadeia ossicular, move a endolinfa e as células ciliares do órgão de Corti, gerando um potencial de ação que é transmitido aos centros auditivos do tronco encefálico e do córtex cerebral.

PERCEPÇÃO DA INTENSIDADE DE UM SOM

A intensidade de um som é determinada pela intensidade de movimento das fibras basilares. Quanto maior o deslocamento para frente e para trás, mais intensamente as células ciliares sensitivas são estimuladas e maior é o número de estímulos transmitidos ao cérebro para indicar o grau de intensidade. Por exemplo, se uma única célula ciliar próxima da base da cóclea transmite um único estímulo por segundo, a altura do som será interpretada como sendo de um som agudo, porém de intensidade quase zero. Se essa mesma célula ciliar é estimulada 1.000 vezes por segundo, a altura do som permanecerá a mesma (continuará agudo), mas a sua intensidade será extrema (a potência do som será maior devido à intensidade de movimento das fibras basilares).

PERCEPÇÃO DA ALTURA DE UM SOM

Um fenômeno chamado ressonância ocorre na cóclea para permitir que cada freqüência sonora faça vibrar uma secção diferente da membrana basilar. Essas vibrações são semelhantes àquelas que ocorrem em instrumentos musicais de corda. Quando a corda de um violino, por exemplo, é puxada para um lado, fica um pouco mais esticada do que o normal e esse estiramento faz com que se mova de volta na direção oposta,  o que faz com que a corda se torne esticada mais uma vez, mas agora na direção oposta, voltando então à primeira posição. Esse ciclo repete-se várias vezes, razão pela qual uma vez que a corda começa a vibrar, assim permanece por algum tempo.
Quando sons de alta freqüência penetram na janela oval, sua propagação faz-se apenas num pequeno trecho da membrana basilar, antes que um ponto de ressonância seja alcançado. Como resultado, a membrana move-se forçosamente nesse ponto, enquanto o movimento de vibração é mínimo por toda a membrana. Quando uma freqüência média sonora penetra na janela oval, a onda propaga-se numa maior extensão ao longo da membrana basilar antes da área de ressonância ser atingida. Finalmente, uma baixa freqüência sonora propaga-se ao longo de quase toda a membrana antes de atingir seu ponto de ressonância. Dessa forma, quando as células ciliares próximas à base da cóclea são estimuladas, o cérebro interpreta o som como sendo de alta freqüência (agudo), quando as células da porção média da cóclea são estimuladas, o cérebro interpreta o som como de altura intermediária, e a estimulação da porção superir da cóclea é interpretada como som grave.

ENERGIA HIDRÁULICA – ORELHA INTERNA

À medida que cada vibração sonora penetra na cóclea, a janela oval move-se para dentro, lançando o líquido da escala vestibular numa profundidade maior dentro da cóclea. A pressão aumentada na escala vestibular desloca a membrana basilar para dentro da escala timpânica; isso faz com que o líquido dessa câmara seja empurrado na direção da janela oval, provocando, por sua vez, o arqueamento dela para fora. Assim, quando as vibrações sonoras provocam a movimentação do estribo para trás, o processo é invertido, e o líquido, então, move-se na direção oposta através do mesmo caminho, e a membrana basilar desloca-se para dentro da escala vestibular.
A vibração da membrana basilar faz com que as células ciliares do órgão de Corti se agitem para frente e para trás; isso flexiona os cílios nos pontos de contato com a membrana tectórica (tectorial). A flexão dos cílios excita as células sensoriais e gera impulsos nas pequenas terminações nervosas filamentares da cóclea que enlaçam essas células. Esses impulsos são então transmitidos através do nervo coclear até os centros auditivos do tronco encefálico e córtex cerebral. Dessa forma, a energia hidráulica é convertida em energia elétrica.
A flexão dos cílios nos pontos de contato com a membrana tectórica excita as células sensoriais, gerando impulsos nervosos nas pequenas terminações nervosas filamentares da cóclea que enlaçam essas células.

ENERGIA SONORA – ORELHA EXTERNA

O pavilhão auditivo capta e canaliza as ondas para o canal auditivo e para o tímpano
O canal auditivo serve como proteção e como amplificador de pressão
Quando se choca com a membrana timpânica, a pressão e a descompressão alternadas do ar adjacente à membrana provocam o deslocamento do tímpano para trás e para frente. 
Como mostrado acima, uma compressão força o tímpano para dentro e a descompressão o força para fora. Logo, o tímpano vibra com a mesma freqüência da onda. Dessa forma, o tímpano transforma as vibrações sonoras em vibrações mecânicas que são comunicadas aos ossículos (martelo, bigorna e estribo). 

O MECANISMO DA AUDIÇÃO

O som é produzido por ondas de compressão e descompressão alternadas do ar. As ondas sonoras propagam-se através do ar exatamente da mesma forma que as ondas propagam-se na superfície da água. Assim, a compressão do ar adjacente de uma corda de violino cria uma pressão extra nessa região, e isso, por sua vez, faz com que o ar um pouco mais afastado se torne pressionado também. A pressão nessa segunda região comprime o ar ainda mais distante, e esse processo repete-se continuamente até que a onda finalmente alcança a orelha.
A orelha humana é um órgão altamente sensível que nos capacita a perceber e interpretar ondas sonoras em uma gama muito ampla de freqüências (16 a 20.000 Hz - Hertz ou ondas por segundo).

A captação do som até sua percepção e interpretação é uma seqüência de transformações de energia, iniciando pela sonora, passando pela mecânicahidráulica e finalizando com a energia elétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro.

ORELHA INTERNA

A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal, revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol - relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e constituída pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.

A cóclea é um aparelho membranoso formado por tubos espiralados.

O diagrama da secção transversal, mostra que a cóclea é composta por três tubos individuais, colados um ao lado do outro: as escalas ou rampas timpânica, média ou coclear evestibular. Todos esses tubos são separados um do outro por membranas. A membrana existente entre a escala vestibular e a escala média é tão fina que não oferece obstáculo para a passagem das ondas sonoras. Sua função é simplesmente separar os líquidos das escalas média e vestibular, pois esses têm origem e composição química distintas entre si e são importantes para o adequado funcionamento das células receptoras de som. Por outro lado, a membrana que separa a escala média da escala timpânica – chamadamembrana basilar – é uma estrutura bastante resistente, que bloqueia as ondas sonoras. Essa membrana é sustentada por cerca de 25.000 estruturas finas, com a forma de palheta, as quais se projetam de um dos lados da membrana e aparecem ao longo de toda a sua extensão – as fibras basilares.

As fibras basilares próximas à janela oval na base da cóclea são curtas, mas tornam-se progressivamente mais longas à medida que se aproximam da porção superior da cóclea,. Na parte final da cóclea, essas fibras são aproximadamente duas vezes mais longas do que as basais.
Na superfície da membrana basilar localiza-se o órgão de Corti, onde há células nervosas ciliares (células sensoriais). Sobre o órgão de Corti há uma estrutura membranosa, chamada membrana tectórica, que se apóia, como se fosse um teto, sobre os cílios das células sensoriais.

1- escala ou rampa média ou coclear
2- escala ou rampa vestibular
3- escala ou rampa timpânica
4- gânglio espiral
5- nervo coclear (partindo da membrana basilar)

Órgão de Corti

O labirinto posterior (ou vestibular) é constituído pelos canais semicirculares e pelo vestíbulo. Na parte posterior do vestíbulo estão as cinco aberturas dos canais semicirculares, e na parte anterior, a abertura para o canal coclear.
Os canais semicirculares não têm função auditiva, mas são importantes na manutenção do equilíbrio do corpo. São pequenos tubos circulares (três tubos em forma de semicírculo) que contêm líquido e estão colocados, respectivamente, em três planos espaciais (um horizontal e dois verticais) no labitinto posterior, em cada lado da cabeça. No término de cada canal semicircular existe uma válvula com a forma de uma folha - a crista ampular. Essa estrutura contém tufos pilosos (cílios) que se projetam de células ciliares semelhantes às maculares.
Entre os canais semicirculares e a cóclea está uma grande cavidade cheia de um líquido chamado perilinfa - o vestíbulo. No interior dessa cavidade existem duas bolsas membranáceas, contendo outro líquido – a endolinfa: uma póstero-superior, o utrículo, e uma ântero-inferior, o sáculo. Tanto o utrículo quanto o sáculo contêm células sensoriais agrupadas em estruturas denominadas máculas. Células nervosas da base da mácula projetam cílios sobre uma massa gelatinosa na qual estão localizados minúsculos grânulos calcificados, semelhantes a pequenos grãos de areia - os otólitos ou otocônios.
O utrículo e o sáculo comunicam-se através dos ductos utricular e sacular.






quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ORELHA MÉDIA

A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos encontram-se suspensos na orelha média, através de ligamentos.
O cabo do martelo está encostado no tímpano; o estribo apóia-se na janela oval, um dos orifícios  dotados de membrana da orelha interna que estabelecem comunicação com a orelha média. O outro orifício é a janela redonda. A orelha média comunica-se também com a faringe, através de um canal denominado tuba auditiva (antigamente denominada trompa de Eustáquio). Esse canal permite que o ar penetre no ouvido médio. Dessa forma, de um lado e de outro do tímpano, a pressão do ar atmosférico é igual. Quando essas pressões ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o equilíbrio seja reestabelecido

 


ORELHA EXTERNA

A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo (antigamente denominado orelha) e pelo canal auditivo externo ou meato auditivo.  
todo o pavilhão auditivo (exceto o lobo ou lóbulo) é constituído por tecido cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captar e canalizar os sons para a orelha média.

 canal auditivo externo estabelece a comunicação entre a orelha média e o meio externo, tem cerca de três centímetros de comprimento e está escavado em nosso osso temporal. É revestido internamente por pêlos e glândulas, que fabricam uma substância gordurosa e amarelada, denominada cerume ou cera.
Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que normalmente existem no ar e eventualmente entram nos ouvidos.
O canal auditivo externo termina numa delicada membrana - tímpano ou membrana timpânica - firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um anel de tecido fibroso, chamado anel timpânico.