sexta-feira, 10 de setembro de 2010

TERMINAÇÕES NERVOSAS

As fibras nervosas sofrem modificações ns suas extremidades periféricas dando origem às suas terminações nervosas, estas, por sua vez, podem ser: sensitivas ou motoras.
Terminações nervosas sensitivas (receptores)
 Os receptores podem ser classificados segundo a sua morfologia, fisiologia e localização.
Classificação morfológica
 Os receptores podem ser: especiais (mais complexos; relacionados com o neuroepitélio fazendo parte dos órgãos especiais dos sentidos) e receptores gerais (distribuído por todo o corpo; mais concentrado na pele. Apresentam estruturas simples e podem ser classificados em livres ou encapsulados).
 
 Livres: são os mais freqüentes; não possuem cápsula. Exemplos: discos de Merkel (terminam em contato com as células epiteliais. São de adaptação lenta. Junto com os corpúsculos de Meissner atuam na localização específica de onde o estímulo está ocorrendo e diferencia textura dos objetos). As terminações nervosas livres são responsáveis pela sensibilidade térmica, dolorosa (terminações livres adaptadas para calor e frio, ativadas por alterações químicas provocadas por calor e frio, respectivamente) e tato; 
 Encapsuladas: são mais complexas que as livres. Apresentam cápsula conjuntiva. São compreendidos os corpúsculos sensitivos da pele, fusos neuromusculares e neurotendíneo. Exemplos: corpúsculos de Meissner (presentes em regiões não pilosas; adaptam-se rápido, detectam tato, pressão e vibração em baixa freqüência; são abundantes nas pontas dos dedos, lábios e outras áreas onde sensação de tato é bem desenvolvida); corpúsculos de Ruffini (detectam toques pesados – tato e pressão; se adaptam pouco e localizam-se profundamente); corpúsculo de Pacini (tem ampla distribuição; adapta-se rapidamente; ocorre em territórios mais profundos. Estão associados com a sensibilidade vibratória, pressão e tato); fusos neuromusculares (estruturas em forma de fuso. Localizados nos músculos estriados esqueléticos. Sensibilizado pela alteração do comprimento das fibras, informando também a velocidade dos movimentos); e órgão tendinoso de Golgi (encontrados na junção dos músculos estriados com o seu tendão. Sensibilizado com a compressão).
Classificação fisiológica
 Cada receptor tem especificidade ao estímulo, e podem ser divididos fisiologicamente em: quimiorreceptores (sensíveis a estímulos químicos), osmorreceptores (detecta variação de pressão osmótica), fotorreceptores (sensíveis à luz), termorreceptores (detectam frio e calor), nociceptores (ativados por lesões de tecido) e mecanorreceptores (sensíveis a deformação mecânica de estiramento e compressão de sua estrutura e de tecidos adjacentes).
Localização
 Os receptores podem ser: exteroceptores, proprioceptores e interoceptores. Os exteroceptores estão distribuídos na superfície externa do corpo e são ativados por: calor, frio, tato, pressão, luz e som. Os proprioceptores estão mais profundamente nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. Os interoceptores ou visceroceptores localizam-se nas vísceras e vasos; são pouco localizados. Os exteroceptores e proprioceptores são receptores somáticos e os interoceptores são viscerais. A sensibilidade pode ser superficial (através dos exteroceptores) ou profunda (através de proprioceptores e interoceptores).
Terminações nervosas motoras
 Funcionalmente, assemelham-se às sinapses. Podem ser divididas em somáticas e viscerais:
  Somáticas: terminam nos músculos estriados esqueléticos em estruturas especializadas chamadas placas motoras. São colinérgicas;
 Viscerais: terminam nas glândulas, músculo liso ou cardíaco. Pertencem ao SNA. Podem ser divididas em colinérgicas e adrenérgicas. Diferentemente da anterior, os neurotransmissores são liberados em um trecho bastante longo e não apenas na sua extremidade. A fibra estabelece contato com um grande número de fibras musculares ou células glandulares, e terminam em varicosidades contendo vesículas sinápticas granulares (colinérgicas ou adrenérgicas) e agranulares (colinérgicas).

Medidas de prevenção

Como medidas para proteger a pele e preservar o sentido do tato, usar sabonetes neutros, evitar banhos demorados (que acabam alterando as defesas do corpo) e roupas muito justas e quentes, enxugar bem após o banho (principalmente as dobras), não compartilhar objeto de uso pessoal, evitar usar sapato fechado por muito tempo (o calor e a umidade são propícios aos fungos) e para quem tem animal de estimação levá-lo com frequência ao veterinário.

A SENSIBILIDADE CUTÂNEA É A MESMA EM TODO O CORPO?

Cada receptor sensorial possui um campo de recepção do estímulo que corresponde a sua área de inervação (elipse azul para cada neurônio). O tamanho do campo de recepção varia conforme a região do nosso corpo: nas mãos e na face, são pequenos e numerosos em relação a outras partes do corpo que são grandes.
Na área somatossensorial do cérebro, a superfície cutânea do corpo é representada de forma distorcida, como mostra a figura desse homenzinho engraçado. É chamado de homúnculo sensorial (figura à esquerda) e representa as regiões com maior densidade de receptores e de maior capacidade discriminativa. Assim, as mãos, a face, os lábios e a língua são muito mais sensíveis do que o tronco, nádegas, genitais, braços, pernas e pés.
Verifique você mesmo, se a teoria sobre o homúnculo sensorial é correta, através de uma simples experiência!
Material necessário:
  • Um compasso
  • Uma régua
  • Um voluntário de olhos vendados
Peça ao voluntário que fique sentado enquanto você fará as estimulações na superfície do corpo. Para começar, garanta que a ponta de fixação do compasso e o grafite estejam bem alinhados. Em seguida, meça 3mm sobre a régua. Encoste simultaneamente as duas pontas do compasso num único movimento sobre a ponta do dedos médio. Pergunte-lhe se sentiu um ou dois pontos e anote a resposta na tabela, 1 ou 2, conforme o caso. Faça o mesmo no dedo indicador, polegar, palma da mão, braço, antebraço e costas. Aumente a abertura do compasso para 5, 10 e 50 mm e repita a operação.

RECEPTORES MECÂNICOS DA PELE

Embora consigamos discriminar tato, pressão e vibração como sensações distintas, essas são causadas pela estimulação mecânica de um mesmo grupo de receptores. Isso acontece por causa da distribuição geográfica e da densidade de receptores na pele, assim como, devido às particularidades de como os mecanoceptores respondem aos estímulos. O tato é provocado por receptores cutâneos mais superficiais; a pressão, pela estimulação de receptores mais profundos e, a vibração, por receptores sensíveis a estímulos repetitivos e rápidos. Há pele com e sem pelos (como os lábios, as palmas das mãos e planta dos pés) como mostra a figura de cima e a tabela abaixo, a relação dos receptores sensoriais, a natureza do estímulo e a sensação que causa.

Veja os tipos de receptores da pele, os estímulos e as sensações percebidas :

Nome do receptorEstimulo
Sensação
Corpúsculo de MeissnerVibração (20-40 Hz)Toque rápido
Terminações do Folículo pilosoDeslocamento do pelo
movimento, direção
Terminações
de Ruffini
Desconhecida
Desconhecida
Corpúsculo
de Krause
Pressão
Pressão
Corpúsculo de
Pacini
Vibração (150-300 Hz)Vibração
Terminações
livres
Estímulos mecânicos, térmicos e
químicos intensos
Dor
Corpúsculo de MerkelEndentação estávelToque, Pressão
Há receptores (Pacini e de Meissner) que respondem apenas a estímulos passageiros, ou seja, só quando o estimulo está sendo aplicado ou removido ou variando constantemente. Esses são conhecidos como receptores de adaptação rápida pois se o estimulo perdurar, teremos a sensação de que o estimulo está ausente. Fique de olhos fechados e concentre-se sobre uma região do seu corpo com e sem roupa. Sem passar a mão sobre essas regiões e valendo-se apenas o sentido cutâneo, você pode identificar as diferenças claramente? Não? De fato, o contato constante da roupa sobre a pele provoca a adaptação dos receptores e, se estivermos de olhos fechados, teremos a impressão de que ela nem está sobre o nosso corpo. Outros receptores (Merkel e de Ruffini) respondem continuamente à presença de estímulos, por isso, são chamados de receptores de adaptação lenta.
Cada receptor envia a informação para o cérebro, separadamente, por meio de uma via rotulada de neurônios (figura abaixo, à esquerda). A figura à direita ilustra como as sensações somáticas da cabeça e do resto do corpo chegam ao sistema nervoso central até as áreas cerebrais do córtex (córtex somatossensorial). Nas áreas associativas do córtex, é que realmente, ficamos sabendo sobre as características dos objetos que examinamos com as mãos ou que interage com a superfície da pele.



TATO

SENSIBILIDADE CUTÂNEA: 
A pele protege o nosso corpo do ambiente externo funcionando como se fosse uma capa à prova de água, resistente, flexível, ainda por cima, lavável! Além disso, é o maior órgão sensorial do nosso corpo: através dela detectamos o mais leve toque das patas de um inseto ao caloroso aperto de mão. Sabemos se o ambiente está quente ou frio e se um determinado estímulo físico ou químico, está para causar uma lesão. Combinando todas essas sensações podemos examinar as características de um objeto: sem vê-lo, podemos enfiar a mão dentro do bolso e distinguir uma chave de uma moeda. Os olhos, as orelhas e o nariz detectam estímulos sensoriais à distância mas a pele, enquanto órgão sensorial precisa interagir diretamente com a fonte de estímulo. E de fato, podemos ver e ouvir uma pessoa à distância, cheirar o seu perfume mas o contato direto estabelecido com ela, através do aperto de mão ou de um abraço, parece proporciona-nos uma certeza incontestável da sua presença.


OLFATO

olfato humano é pouco desenvolvido se comparado ao de outros mamíferos.
O epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual com seis pêlos sensoriais (um cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, cada qual com pelo menos 100 pêlos sensoriais). Os receptores olfativos são neurônios genuínos, com receptores próprios que penetram no sistema nervoso central.
A cavidade nasal, que começa a partir das janelas do nariz, está situada em cima da boca e debaixo da caixa craniana. Contém os órgãos do sentido do olfato, e é forrada por um epitélio secretor de muco.
Ao circular pela cavidade nasal, o ar se purifica, umedece e esquenta.
O órgão olfativo é a mucosa que forra a parte superior das fossas nasais - chamada mucosa olfativa ou amarela, para distingui-la da vermelha - que cobre a parte inferior.
A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos, e contém glândulas que secretam muco, que mantém úmida a região. Se os capilares se dilatam e o muco é secretado em excesso, o nariz fica obstruído, sintoma característico do resfriado.
A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. Os dendritos das células olfativas possuem prolongamentos sensíveis (pêlos olfativos), que ficam mergulhados na camada de muco que recobre as cavidades nasais.
Os produtos voláteis ou de gases perfumados ou ainda de substâncias lipossolúveis que se desprendem das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas fossas nasais e se dissolvem no muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os prolongamentos sensoriais.
Dessa forma, geram impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo celular das células olfativas, de onde atingem os axônios, que se comunicam com o bulbo olfativo.
Os axônios se agrupam de 10-100 e penetram no osso etmóide para chegar ao bulbo olfatório, onde convergem para formar estruturas sinápticas chamadas glomérulos.
Estas se conectam em grupos que convergem para as células mitrais. Fisiologicamente essa convergência aumenta a sensibilidade olfatória que é enviada ao Sistema Nervoso Central (SNC), onde o processo de sinalização é interpretado e decodificado.

Aceita-se a hipótese de que existem alguns tipos básicos de células do olfato, cada uma com receptores para um tipo de odor.
Os milhares de tipos diferentes de cheiros que uma pessoa consegue distinguir resultariam da integração de impulsos gerados por uns cinqüenta estímulos básicos, no máximo.
A integração desses estímulos seria feita numa região localizada em áreas laterais do córtex cerebral, que constituem o centro olfativo.

A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para estimula-la, produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais intensa quanto maior for a quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da substância odorífera no ar.
olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto mastigamos, sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro.
Do ponto de vista adaptativo, o olfato tem uma nítida vantagem em relação ao paladar: não necessita do contato direto com o objeto percebido para que haja a excitação, conferindo maior segurança e menor exposição a estímulos lesivos.
O olfato, como a visão, possui uma enorme capacidade adaptativa. No início da exposição a um odor muito forte, a sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas, após um minuto, aproximadamente, o odor será quase imperceptível.
Porém, ao contrário da visão, capaz de perceber um grande número de cores ao mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a sensação de um único odor de cada vez.
Contudo, um odor percebido pode ser a combinação de vários outros diferentes. Se tanto um odor pútrido quanto um aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso, ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre doce e pútrida.





Doenças que podem alterar o paladar

O paladar é percebido pela língua, desde que úmida e lubrificada. Doenças degenerativas em estado avançado, como diabetes (que vai minando o organismo todo, interferindo na sensibilidade), podem alterá-lo, assim como algumas doenças auto-imunes como artrite reumatóide e doença de Sjoeenen, que ataca as glândulas salivares, e a radioterapia em regiões da face. Já a boca seca, que também interfere no paladar, na maioria das vezes é efeito colateral da ingestão de medicamentos. Já na pessoa idosa os órgãos dos sentidos vão sofrendo uma perda gradativa devido ao processo de envelhecimento.